Estadão, 8/ out/ 2015 por Rodrigo Fonseca
Anote aí um nome na lista de potenciais reinventores de narrativas no
cinema brasileiro: Felipe Rocha. Mais conhecido como ator, ele se
arrisca como diretor na experiência mais radical (até agora) em
curta-metragem do Festival do Rio 2015: a comédia sinestésica Som Guia.
Com um elenco de dar inveja a muito longa, pilotado por Enrique Diaz, o
filme faz blagues com as noções de sensorialidade no (e do) cinema,
adotando como foco a falta de sincronia sonora
entre labiais e palavras. A partir dessa brincadeira, o dire-a-tor
parte para um jogo de sedução, que evolui para uma briga de casal (entre
Enrique e a valquíria pós-moderna Mariana Lima) de dela para uma vida a
dois, com filha e problemas de miopia. Tudo isso se expressa entre
elipses, tiques de microfonia e trocas de foco, que, juntos, dão margem
para uma investigação sobre a invisibilidade, feita com bom humor e
esmero plástico, na fotografia de Mauro Pinheiro. Filmaço!
(por Rodrigo Fonseca).
Nenhum comentário:
Postar um comentário