segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Estadão, 8/ out/ 2015 por Rodrigo Fonseca

Anote aí um nome na lista de potenciais reinventores de narrativas no cinema brasileiro: Felipe Rocha. Mais conhecido como ator, ele se arrisca como diretor na experiência mais radical (até agora) em curta-metragem do Festival do Rio 2015: a comédia sinestésica Som Guia. Com um elenco de dar inveja a muito longa, pilotado por Enrique Diaz, o filme faz blagues com as noções de sensorialidade no (e do) cinema, adotando como foco a falta de sincronia sonora entre labiais e palavras. A partir dessa brincadeira, o dire-a-tor parte para um jogo de sedução, que evolui para uma briga de casal (entre Enrique e a valquíria pós-moderna Mariana Lima) de dela para uma vida a dois, com filha e problemas de miopia. Tudo isso se expressa entre elipses, tiques de microfonia e trocas de foco, que, juntos, dão margem para uma investigação sobre a invisibilidade, feita com bom humor e esmero plástico, na fotografia de Mauro Pinheiro. Filmaço!
(por Rodrigo Fonseca).

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